ESCLARECENDO TEMAS DE DIFÍCIL COMPREENSÃO

10/01/2015 02:46

 

 

Pergunta enviada por Jednilson José – Floriano (PI)      

         

Pr. Reinaldo o que a Bíblia ensina sobre a cremação? Os cristãos devem ou podem ser cremados?


Resposta

 

Meu querido amigo Jednilson, a Bíblia na verdade não se dirige especificamente ao assunto de cremação. Há exemplos no Velho Testamento de pessoas sendo queimadas até a morte (1 Reis 16:18; 2 Reis 21:6), e de ossos humanos sendo queimados (2 Reis 23:16-20), mas esses não são exemplos de cremação. É interessante notar que em 2 Reis 23:16-20, queimar ossos humanos no altar profanava o altar. Ao mesmo tempo, a lei do Velho Testamento em nenhum lugar proíbe um corpo humano falecido de ser queimado, nem aplica qualquer maldição ou julgamento a uma pessoa que é cremada.



Cremação era praticada nos tempos bíblicos, mas não era geralmente praticada pelos israelitas ou pelos crentes no Novo Testamento. Nas culturas nas quais a Bíblia se focaliza, enterro em uma tumba, caverna ou na terra era a forma comum de se dispor do corpo humano (Gênesis 23:19; 35:4; 2 Crônicas 16:14; Mateus 27:60-66). Enquanto sepultamento era a prática comum, a Bíblia em nenhum lugar comanda o sepultamento como a única forma permitida para se dispor de um corpo.



É cremação algo que um Cristão pode considerar? Novamente afirmamos que não há nenhum comando bíblico explícito contra cremação. Alguns crentes são contra a prática de cremação porque acham que tal ação não reconhece o fato de que um dia Deus vai ressuscitar nossos corpos e reuni-los com nossas alma / espírito (1 Coríntios 15:35-58; 1 Tessalonicenses 4:16). Esse pode ser o caso com algumas pessoas. No entanto, o fato de que um corpo tem sido cremado não dificulta em nada a capacidade de Deus de ressuscitar tal corpo. Os corpos dos Cristãos que morreram milhares de anos atrás já se tornaram em pó completamente. Isso não vai de forma alguma tornar mais difícil que Deus ressuscite seus corpos. Cremação não faz nada além de “apressar” o processo de tornar o corpo em pó. Deus é completamente capaz de ressuscitar os restos mortais de uma pessoa que foi cremada, assim como Ele é capaz de ressuscitar os restos mortais de uma pessoa que não foi cremada. A questão de enterro ou cremação faz parte da área da liberdade Cristã. Uma pessoa, ou família, que está considerando esse assunto deve orar por sabedoria (Tiago 1:5), e seguir a convicção que resulta de suas orações.

 

 

Pergunta enviada por Madalena Aciolli – Praia Grande(SP)

 

Eu tenho lido algumas teorias que me deixam confusa sobre as diferentes raças entre as pessoas. Qual a origem das diferentes raças? Por que existem pessoas de cores diferentes?


Resposta

 

Obrigado por sua pergunta Madalena. De fato, é um tema que merece ser analisado. A Bíblia não nos dá explicitamente a origem das diferentes “raças” ou cores de pele da humanidade. Na verdade, há apenas uma raça: a raça humana. Dentro da raça humana há uma grande diversidade de cores de pele e outras características físicas. Alguns especulam que quando Deus confundiu as línguas na Torre de Babel (Gênesis 11:1-9), Ele também instituiu a diversidade racial. É possível que Deus tenha feito mudanças genéticas na humanidade para melhor capacitar as pessoas à sobrevivência em diferentes pontos geográficos, como os africanos sendo melhor “equipados” geneticamente para sobreviver ao excessivo calor na África. De acordo com esta visão, Deus confundiu as línguas, causando uma separação linguística, e então criou diferenças raciais genéticas baseadas em onde cada grupo racial deveria se estabelecer geograficamente. Mesmo sendo possível, não há qualquer base bíblica explícita para esta visão. As raças e a cor de pele da humanidade não são, em lugar algum, mencionadas como tendo alguma conexão com a Torre de Babel.



Após o dilúvio, quando as diferentes línguas vieram a existir, grupos que falavam uma língua migraram juntamente com outros da mesma língua. Assim, os dados genéticos para um grupo específico encolheram dramaticamente conforme eles não tinham mais a totalidade da população humana para se misturar. O cruzamento fechado ocorreu, fazendo então com que certas características fossem enfatizadas nesses diferentes grupos (TODOS estavam presentes como uma possibilidade no código genético). Conforme este cruzamento fechado continuou acontecendo através das gerações, os dados genéticos foram ficando cada vez menores, ao ponto de que as pessoas de uma família linguística tivessem todas as mesmas características, ou características parecidas, e seria uma raridade o surgimento de uma característica diferente.



Uma outra explicação é que Adão e Eva possuíram os genes para produzir descendência negra, marrom e branca (e tudo o mais em termos de raças). Isto seria parecido com o que acontece com um casal inter-racial, que tem filhos que variam muito em cor uns dos outros. Como Deus obviamente quis que a humanidade fosse diversa na aparência, faz sentido que Deus daria a Adão e Eva a capacidade de produzir filhos com tons de pele diferentes. Mais tarde, os únicos sobreviventes do Dilúvio foram Noé e sua esposa, os três filhos de Noé e suas esposas, oito pessoas ao todo (Gênesis 7:13). Talvez as esposas de Sem, Cão e Jafé fossem de diferentes raças. É possível que a esposa de Noé tenha sido de uma diferente raça em relação a Noé. Talvez todos os 8 fossem de raças misturadas, o que significaria que possuíam a genética para produzir filhos de raças diferentes. Qualquer que seja a explicação, o mais importante aspecto desta questão é que todos nós somos da mesma raça, todos criados pelo mesmo Deus, todos criados para o mesmo propósito.


 

Pergunta enviada por Odineia Abraão – Caçapava(SP)

 

Pastor existe muita polêmica sobre a questão da clonagem humana. Muitos argumentos positivos são apresentados, apesar de também haver muita resistência. Me ajude a entender o que a Bíblia fala sobre isso. E a sua opinião particular qual é?

 

Resposta

 

Prezada Odineia, a Bíblia não fala diretamente a respeito de clonagem humana, mas há princípios na Bíblia que podem esclarecer o assunto. Clonagem requer DNA e células embriônicas para poder acontecer. Primeiro, o DNA é removido do núcleo da célula da criatura. O material, o qual possui informação genética codificada, é então colocado no núcleo da célula embriônica. A célula que está recebendo a nova informação genética teve o seu próprio DNA removido para aceitar o novo DNA. Se a célula aceita o novo DNA, um embrião duplicado é formado. No entanto, a célula embriônica pode rejeitar o novo DNA e morrer. Além disso, é possível que o embrião não sobreviva o processo de ter o seu material genético removido do seu núcleo. Em muitos casos, quando tenta-se fazer clonagem, vários embriões são usados ao mesmo tempo para poder aumentar as chances de uma implantação do novo material genético com sucesso. Enquanto é possível que um nova criatura seja criada dessa forma (por exemplo, a ovelha Dolly), as chances de sucesso ao duplicar uma criatura sem qualquer variação, e sem qualquer complicação, são bem pequenas.



O ponto de vista Cristão sobre o processo de clonagem humana deve ser examinado de acordo com vários princípios bíblicos. Primeiro, os seres humanos foram criados à imagem de Deus e, portanto, são únicos. Gênesis 1:26-27 afirma que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e é único entre todas as outras criaturas. Claramente, isso é algo a ser valorizado e não tratado como uma mercadoria para comprar e vender. Algumas pessoas têm promovido a clonagem humana com o propósito de criar novos órgãos para substituir os órgãos de pessoas que precisam de transplantes, mas não conseguem achar um doador. Acham que tirar o próprio DNA e criar um outro órgão duplicado composto daquele DNA iria reduzir drasticamente as chances de rejeição do órgão. Enquanto isso pode ser verdade, o problema é que esse procedimento barateia a vida humana. O processo de clonagem requer embriões humanos para serem usados; enquanto células podem ser formadas para criar novos órgãos, é necessário matar vários embriões para obter o DNA necessário. Em essência, a clonagem iria “jogar fora” muitos embriões humanos como “lixo”, eliminando a chance desses embriões crescerem à maturidade completa.



Quanto à pergunta se um clone humano teria uma alma, devemos examinar novamente a criação da vida. Gênesis 2:7 diz: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Isso é uma descrição de Deus criando alma humana viva. As almas são o que somos, não o que temos (1 Coríntios 15:45). A pergunta é que tipo de alma vivente seria criada através da clonagem humana? Essa não é uma pergunta que podemos responder agora.



Muitas pessoas acreditam que a vida não começa na concepção com a formação do embrião e que, portanto, os embriões não são seres humanos. A Bíblia ensina o contrário. Salmos 139:13-16 diz: “Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.” O escritor, Davi, declara que Deus o conhecia pessoalmente antes dele nascer, quer dizer, durante a sua concepção ele já era um ser humano com um futuro e com um Deus que já o conhecia intimamente.



Além disso, Isaías 49:1-5 fala de Deus chamando Isaías ao ministério como um profeta quando ainda estava no ventre de sua mãe. João Batista também já estava cheio do Espírito Santo quando ainda estava no ventre (Lucas 1:15). Tudo isso aponta ao fato de que a Bíblia sustenta a ideia de que a vida começa na concepção. Por causa disso, clonagem humana, com sua destruição de embriões humanos, não seria consistente com o ponto de vista bíblico sobre a vida humana.



Mais adiante, se o homem é criado, então tem que existir um Criador, e o homem é sujeito a Ele e tem que prestar contas a esse Criador. Apesar de que o pensamento popular – psicologia secular e pensamento humanista – ensina que o homem tem que prestar contas a si mesmo, e que o homem é sua autoridade suprema, a Bíblia ensina diferente. A Bíblia ensina que Deus criou o homem e deu ao homem responsabilidade sobre toda a terra (Gênesis 1:28-29 e Gênesis 9:1-2). Com essa responsabilidade vem o dever de prestar contas a Deus. O homem não é a sua autoridade suprema e, portanto, não ocupa uma posição que lhe permite fazer decisões sobre o valor da vida humana. Nem a ciência deve ser a autoridade pela qual a ética sobre clonagem humana, aborto ou eutanásia deve ser decidida. De acordo com a Bíblia, Deus é o único que exerce controle soberano sobre a vida humana. Tentar controlar tais coisas é se colocar na posição de Deus. Com certeza o homem não deve fazer isso.



Se vemos o homem apenas como uma outra criatura e não como o ser especial que ele é, não é difícil de entender por que os seres humanos são vistos apenas como mecanismos que precisam de manutenção e conserto. Mas não somos apenas uma coleção de moléculas e substâncias químicas. A Bíblia ensina claramente que Deus criou a cada um de nós e tem um plano específico para cada um de nós. Além disso, Ele quer ter um relacionamento pessoal com cada um de nós através de Seu Filho, Jesus Cristo. Enquanto há aspectos da clonagem humana que podem parecer benéficos, a humanidade não tem nenhum controle sobre até onde a tecnologia de clonagem deve ir. É tolice achar que boas intenções vão direcionar a utilização da clonagem. O homem não está na posição de exercer a responsabilidade ou o julgamento que seriam necessários para governar a clonagem de seres humanos.


 

Pergunta enviada por Cláudio França – Três Rios(RJ)

 

Olá Pastor Reinaldo Ribeiro. Recentemente eu estive na aula inaugural de um seminário e presenciei um debate acirrado sobre dicotomia ou tricotomia. Confesso que achei os debatedores fracos e saí na dúvida. Queria muito a sua opinião. Afinal nós temos duas ou três partes? Somos corpo, alma e espírito ou corpo, alma-espírito?

 

Resposta

 

Meu amado irmão Cláudio, paz e graça. Esse tema gera muitos confrontos nos círculos teológicos, mas nós temos uma posição bem clara daquilo que entendemos a respeito. Gênesis 1:26-27 declara: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”



Estes versos indicam que há algo que difere a humanidade de todo o resto da criação. Os seres humanos foram criados para ter um relacionamento com Deus e, por isto, Deus nos criou com aspectos materiais e imateriais. Os aspectos materiais são, obviamente, aqueles que são tangíveis: o corpo físico, órgãos, etc. e somente existem enquanto a pessoa estiver viva. Os aspectos imateriais são aqueles intangíveis: alma, espírito, intelecto, vontade, consciência, etc. Estas características existem além da duração da vida da pessoa.

Todos os seres humanos possuem as características materiais e imateriais em sua existência. É claro que todos têm um corpo, com carne, sangue, ossos, órgãos e células. Entretanto, são as qualidades intangíveis aquelas que são frequentemente objeto de debate. O que dizem as Escrituras sobre elas? Gênesis 2:7 afirma que o Homem foi feito alma vivente. Números 16:22: “Mas eles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu contra toda esta congregação?” Este verso nomeia Deus como o Deus dos espíritos de toda a Humanidade. Provérbios 4:23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Este verso indica que o coração é central para as emoções e desejos da Humanidade. Atos 23:1: “E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência.” Romanos 12:1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Podemos ver que há vários aspectos da parte imaterial da humanidade, e que todos os seres humanos compartilham qualidades tanto materiais quanto imateriais. Esta lista de referências é apenas superficial.



Desta forma, enquanto muito desta discussão a respeito do aspecto imaterial da humanidade tem como foco a alma e o espírito, as Escrituras esboçam muito mais do que estes dois. De alguma forma, os aspectos mencionados acima (alma, espírito, coração, consciência e entendimento) são conectados e inter-relacionados. A alma e o espírito, entretanto, definitivamente são os aspectos imateriais principais da humanidade. Eles provavelmente incluem os outros aspectos. Com isto em mente, a humanidade é formada por uma dicotomia (cortada em dois, corpo, alma/espírito) ou por uma tricotomia (cortada em três, corpo/alma/espírito). É impossível ser dogmático. Há bons argumentos para ambas as visões. Um verso-chave é Hebreus 4:12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Esta Escritura nos diz, pelo menos, duas coisas sobre este debate: (1) A alma e o espírito podem ser divididos. (2) A divisão da alma e espírito é algo que somente a Palavra de Deus pode discernir. Podemos ter certeza de que, como seres humanos, possuímos um corpo, uma alma, um espírito e muito mais! Entretanto, mais do que focalizar nesses aspectos, é melhor focalizar no Criador, porque por ele, “de um modo assombroso, e tão maravilhoso” fomos feitos (Salmos 139:14).

 

Pergunta enviada por Ana Maria Lopes – Londrina (PR)

 

Amado Pastor Reinaldo eu vi ontem um vídeo do Pr Caio Fabio onde ele afirma que a Bíblia não é a Palavra de Deus. Ele disse que Jesus é a Palavra de Deus e a Bíblia está cheia de erros. Eu fiquei escandalizada, mas como sei que muitos crentes quase idolatram este senhor, queria muito saber sua opinião sobre isso. Por que é importante acreditar na inerrância bíblica? E será que a Bíblia tem mesmo erros?



Resposta

 

Querida irmã Ana, bem vinda a este espaço. O Pastor Caio Fabio é uma figura muito conhecida e influente no meio cristão. Eu tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente há cerca de duas décadas. Sua vida ministerial é marcada por algumas polêmicas e atualmente ele tem sido uma espécie de ícone dos desigrejados. Não posso julgá-lo como ser humano ou como cristão, pois não sinto apreço por este papel e penso que não me cabe, mas afirmo que considero essa afirmação uma das mais graves e inaceitáveis heresias que se possa pronunciar sobre a Bíblia.

 

Vivemos numa época que tem a tendência de ser indiferente quando confrontada com o erro. Ao invés de perguntar, como Pilatos: “O que é verdade?”, o homem pós-moderno diz: “Nada é verdade” ou talvez “A verdade existe, mas não podemos conhecê-la”. Já ficamos acostumados com mentiras e muitas pessoas já não se incomodam com a ideia de que a Bíblia também possa conter erros.



A doutrina de inerrância bíblica é extremamente importante porque a verdade faz diferença. Esse assunto reflete no caráter de Deus e é fundamental ao nosso entendimento do que a Bíblia ensina. Veja a seguir alguns motivos pelos quais devemos acreditar sem qualquer sombra de dúvida na doutrina da inerrância bíblica:

1. A Bíblia mesmo diz ser perfeita. “As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes” (Salmos 12:6). “A lei do SENHOR é perfeita” (Salmos 19:7). “Toda palavra de Deus é pura” (Provérbios 30:5). Essas declarações de pureza são relatos absolutos. Note que a Bíblia não diz que “Quase toda palavra de Deus é pura” ou “A lei do SENHOR é quase perfeita”. A Bíblia argumenta sua perfeição completa, não deixando nenhum espaço para teorias de “perfeição parcial”.



2. A Bíblia se sustenta como um todo ou cai como um todo. Se um jornal importante fosse conhecido por conter erros constantemente, perderia sua credibilidade facilmente. Não faria diferença nenhuma dizer: “Todos os erros são encontrados na página 3 apenas.” Para um jornal ser confiável em quaisquer de suas partes, tem que ser verdadeiro como um todo. Da mesma forma, se a Bíblia é inexata quando fala de geologia, por que a sua teologia deveria ser confiada? A Bíblia ou é um documento confiável ou não.

3. A Bíblia é uma reflexão do seu Autor. Todos os livros são. A Bíblia foi escrita por Deus mesmo à medida que Ele trabalhava com autores humanos através de um processo chamado de “inspiração”. 2 Timóteo 3:16 diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (literalmente, “respirada por Deus”).Veja também 2 Pedro 1:21 e Jeremias 1:2.



Acreditamos que o Deus que criou o universo é capaz de escrever um livro. E o Deus que é perfeito é capaz de escrever um livro perfeito. O problema não é só: “A Bíblia contém algum erro?”, mas sim “Pode Deus cometer um erro?” Se a Bíblia realmente contém erros, então Deus não é onisciente e é capaz dEle mesmo cometer erros. Se a Bíblia contém informação incorreta, então Deus não fala a verdade e é, portanto, um mentiroso. Se a Bíblia contém contradições, então Deus é o autor de confusão. Em outras palavras, se inerrância bíblica não é verdade, então Deus não é Deus.



4. A Bíblia nos julga, não o contrário. “Porque a palavra de Deus é ......apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12). Note o relacionamento entre “coração” e “a palavra”. A palavra examina; o coração é examinado. Descontar partes da Palavra por qualquer razão é tirar a credibilidade da Bíblia. Nós nos tornamos os examinadores, e a Palavra de Deus precisa se submeter ao nosso “conhecimento superior”. Deus ainda diz: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?!” (Romanos 9:20).


5. A mensagem da Bíblia deve ser aceita como um todo. Não é uma mistura de várias doutrinas das quais podemos escolher. Muitas pessoas gostam dos versículos que dizem que Deus os ama, mas não gostam dos versículos que dizem que Deus vai julgar os pecadores. Não podemos sair escolhendo o que gostamos da Bíblia e jogar fora o resto. Se a Bíblia está errada sobre o inferno, por exemplo, então quem pode dizer que ela esta correta sobre o céu – ou qualquer outra coisa? Se os detalhes da Bíblia sobre criação não são corretos, então talvez os detalhes sobre salvação também não podem ser confiados. Se a história de Jonas é um mito, então talvez a história de Jesus também o seja. Ao contrário, Deus disse o que disse, e a Bíblia nos apresenta um retrato completo de quem Deus realmente é. “Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu” (Salmos 119:89).



6. A Bíblia é a nossa única regra para fé e prática. Se não é confiável, então em que baseamos nossas crenças? Jesus pede por nossa confiança, e isso inclui confiança no que Ele diz em Sua Palavra. João 6:68-69 é uma linda passagem. Jesus tinha acabado de testemunhar a partida de muitos que tinham clamado segui-lO. Então Ele se vira para os doze discípulos e pergunta: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” Pedro então responde por todos quando diz: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna.” Que também tenhamos a mesma confiança no Senhor e em Suas Palavras de vida.

Nada do que apresentamos aqui deve se entendido como uma rejeição ao estudo verdadeiro. Inerrância bíblica não significa que devemos parar de usar nossas mentes ou aceitar de forma cega tudo que a Bíblia diz. Somos comandados a estudar a Palavra (2 Timóteo 2:15), e aqueles que a estudam com avidez são elogiados (Atos 17:11). Além disso, reconhecemos que há passagens bíblicas que são difíceis de entender, e que há desacordos honestos sobre certa interpretação. Nosso objetivo é nos aproximar das Escrituras com reverência e oração, e quando achamos algo que não entendemos, oramos mais ainda, estudamos mais e – se a resposta ainda não é clara – humildemente aceitamos nossas limitações em face à perfeita Palavra de Deus.